A Promessa de Deus de salvar e redimir um
povo para si deve ser entendida como revelada ao longo da história, de forma
progressiva até atingir seu clímax na crucificação de Cristo ao exclamar: 'está
tudo consumado.' Não são várias promessas como se as
primeiras falhassem e uma nova tivesse que ser feita, mas uma única promessa (Gn
3.15) anunciada e repetida diversas vezes e de diferentes formas; na aliança
com Abrão com a promessa de um descendente e de uma terra e ainda incluindo uma bênção a todas as nações; na aliança mosaica e na aliança davídica pela
promessa de um descendente cujo reino não terá fim (2Sm 7.16).
O entendimento de Paulo é
que a aliança é o plano unificado de Deus anunciado desde os tempos antigos e
cumprido até os últimos dias (At 26.6-8).
A Bíblia revela o plano singular da mente e da vontade de
Deus, ao invés de planos e vontades diferentes de Deus. Conforme o pensamento
paulino em Rm 15.8,9 compreendemos que judeus e gentios são beneficiários da
mesma Promessa. Daí se segue a impossibilidade de haver um intervalo no trato
de Deus com Israel abrindo uma oportunidade para os gentios (igreja /outro povo).
A Teologia da Aliança
oferece uma interpretação segura e sólida do plano de Deus como revelado na
Escritura, ela nos mostra de forma clara o propósito de Deus
(criação-redenção-consumação). Esse plano é um único e coeso plano. Não podemos
fragmentar o plano de Deus como se Deus tivesse uma mente finita e inconstante
como a dos humanos, por isso Deus não pode ter dois povos nem dois planos, pois
devemos partir do pressuposto de que o plano de Deus nasce na eternidade e não
no (Κρόνος) cronos, à medida que os homens vão colaborando com ele como acredita o dispensacionalismo.
A História da redenção do
povo de Deus foi revelada no Éden (Gn 3.15) tem seu desenvolvimento no chamado
de Abraão (Gn 17) e atinge seu clímax na morte e ressurreição de Cristo (a
aliança da Consumação), a fim de satisfazer a justiça divina, de banir o pecado
e misericordiosamente restabelecer a amizade quebrada pelo homem. Assim, Deus
revelou de forma tangível seu amor pelos eleitos e confirmou sua herança pelos
sinais do pacto.
Dessarte, a Teologia do Pacto
mostra o evangelho apresentado no contexto do plano eterno de Deus de salvação
e comunhão com seu povo. Além de tudo, é uma hermenêutica segura que aborda o
entendimento das Escrituras, explica a unidade da revelação bíblica e aprofunda
o nosso entendimento sobre o significado da morte de Cristo (Expiação); da
nossa confiança de comunhão com Deus e o desfrutar de suas promessas
(segurança); dos sinais e selos das promessas pactuais (Sacramentos) e da
história da redenção (Plano unificado da salvação). Esta é a síntese do
evangelho da graça de Deus.
Autor: Antonivaldo de Jesus Silva