A oração é um exercício espiritual para alcançarmos frutos
No livro “O poder através da oração”,
E.M. Bounds escreve que Jonathan Edwards argumenta que se alguns cristãos, que
muitas vezes, se queixam bastante dos ministros tivessem trocado esses lamentos
pelas humildes e fervorosas orações e aplicado o seu poder de clamar a Deus
pelos seus ministros, muito mais sucesso teriam alcançado. A oração é a chave
do sucesso para a igreja. Bounds faz uma relação bastante estreita entre a
oração das ovelhas pelo seu pastor e a oração do pastor pelas suas ovelhas. Essa
prática não deve ser tratada como se fosse algo sem importância. Talvez, alguns
ministros percebam que pedir a sua igreja a oração em seu favor, seja algo que
os tornem menos importantes, lhes desaprovem ou depreciem, da mesma forma como,
enganosamente, entendem que a sua eloquência, oratória, conhecimento, cultura,
capacidade de estruturar bons esboços de sermões sejam mais importantes do que
a oração pela sua igreja e ovelhas.
A oração é essencial para a
igreja. Ela é uma necessidade urgente. A oração é um meio de graça. É por meio
dela que podemos nos tornar mais santos, mais edificados, pois ela é elementar
para que entendamos a mensagem da Palavra e para que roguemos a Deus que nos
aplique ao coração a Palavra revelada. Somente pela oração podemos pedir a Deus
que torne a Revelação clara para nós. A igreja pode ouvir a pregação mais clara,
atraente e bem estruturada, mas sem a oração ela jamais poderá ser entendida. O
pastor pode usar bem a sua oratória, o poder do seu intelecto, o talento e a
persuasão, além de ter estudado para pregar de forma eficiente. Todavia, se a
igreja não ora pelo ministro e o ministro não ora pela pregação e pelas suas
ovelhas, todo o tempo e recursos são perdidos e a edificação torna-se distante.
O Evangelho só pode ser propagado e produzir frutos quando a igreja o faz em
oração.
O Senhor Jesus nos ensina que “Bem-aventurados são os humildes de
espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Como humildes de espírito devemos reconhecer
que precisamos do nosso Deus. Cristo
reconhece o coração que é dedicado à oração, por isso Ele admoesta os seus
discípulos que não estavam orando: “E,
voltando para os seus discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então nem
uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.
40,41).
A oração não é apenas
necessária para a pregação da Palavra. Ela é necessária para que sejamos
poderosamente salvos e para nos tornar perfeitos e preparados para as boas
obras. A liderança da igreja precisa ser afeiçoada ao exercício espiritual de
orar por si mesma, pela igreja, pela pregação do Evangelho e por suas ovelhas. No
livro de Atos do Apóstolos, Pedro afirma que os pastores não podem deixar de
tratar a oração e o ministério da Palavra com grande responsabilidade e seriedade
(At 6.4). O apóstolo Paulo foi grande um exemplo de um pregador que orava pelas
suas ovelhas. Na carta aos Colossenses, Paulo nos relata que Epafras, ministro
da igreja de Colossos era um pastor que intensamente orava por aquela igreja.
Portanto, a oração é uma
responsabilidade distinta da liderança e da igreja. Bounds nos afirma em seu
livro: “homens de oração poderosa são
homens de grande poder e moldam as coisas. Seu poder com Deus tem o passo de um
conquistador”. Se quisermos ser
poderosamente salvos, homens perfeitos e preparados para as boas obras,
produzir e alcançar frutos com a pregação do Evangelho, devemos ser dedicados
ao exercício excelente da oração.
Por Presb. Antonivaldo de Jesus Silva
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