O Prefácio dos Dez Mandamentos
“Então,
falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão”
(Êx 20.1-2).
Este prefácio ensina-nos três
importantes verdades as quais devem motivar o povo de Deus para viver uma vida
de santidade, submissão, louvor e gratidão a Ele (Deus).
A primeira verdade que este prefácio
nos ensina é o fato de Deus ter se revelado de modo especial ao seu povo: “Então, falou Deus
todas estas palavras”. Isso é
magnífico! O Deus Eterno, o criador de todas as coisas, quis se revelar ao seu
povo, tornar-se conhecido a ele. Isso revela sua graça. Afinal, sem a
iniciativa divina, jamais saberíamos qualquer coisa sobre Sua pessoa, sobre nós
mesmos e o mundo em nossa volta, viveríamos uma vida sem significados e sem qualquer
perspectiva quanto ao futuro. Contudo, Deus graciosamente se mostra ao seu povo
e revela sobre seu caráter, sua vontade e seu plano de salvação. Isso é graça.
A segunda verdade que este prefácio
nos ensina tem haver com a maneira como Deus se apresenta ao seu povo. Era
comum os reis e imperadores iniciarem seus editos ou alianças com seus nomes.
Assim, ao se revelar ao seu povo, Deus diz quem Ele é “o SENHOR, teu Deus.” Com esta expressão, Deus se revela como sendo
o Deus pactual, aquele que é auto-existente, imutável em seu Ser e fiel
cumpridor de suas promessas. Essa expressão também aponta para seu senhorio.
Deste modo, ele prepara o seu povo para que se submeta aos seus mandamentos. Isso
também é graça. Primeiro porque ele quer que o seu povo o conheça. Em segundo
lugar, porque ele livra seu povo da tirania do rei do Egito para fazer parte de
seu Reino majestoso e se submeter ao seu senhorio gracioso.
A terceira verdade que este prefácio
nos ensina diz respeito a Deus como o Redentor de seu povo. “... que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão”. Nos estudos do Breve Catecismo de
Westminster o teólogo Leonard T. Van Horn afirma categoricamente :“O livramento de Israel da casa da servidão tipifica
para o crente o livramento espiritual do pecado, de Satanás e do inferno. Nosso
livramento espiritual é uma coisa maravilhosa, uma misericórdia pela qual
deveríamos estar louvando a Deus continuamente.”[1]
Que Deus gracioso e misericordioso
nós servimos! O Deus que se revelou de forma especial ao seu povo escolhido. O
Deus pactual, auto-existente e imutável em seu Ser, o qual na história tem
cumprido cada uma de suas promessas para a sua própria glória e em benefício de
seu povo. O Deus redentor que em Cristo Jesus livrou seu povo do pecado, de
Satanás e do inferno “e transportou para
o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).
Como não amar intensamente
a este Deus (Dt 6.5)? Como não louvá-lo fervorosamente (Rm 11.33-36)? Como não
se submeter e obedecer aos seus santos mandamentos humildemente (Jo 14.21)? E
como não viver para a glória desse Deus gracioso (Is 43.7)?
Por Rev. Ronaldo Soares dos Santos
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