segunda-feira, 11 de junho de 2018


O Prefácio dos Dez Mandamentos
“Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”
(Êx 20.1-2).
Este prefácio ensina-nos três importantes verdades as quais devem motivar o povo de Deus para viver uma vida de santidade, submissão, louvor e gratidão a Ele (Deus).
A primeira verdade que este prefácio nos ensina é o fato de Deus ter se revelado de modo especial ao seu povo: “Então, falou Deus todas estas palavras”.  Isso é magnífico! O Deus Eterno, o criador de todas as coisas, quis se revelar ao seu povo, tornar-se conhecido a ele. Isso revela sua graça. Afinal, sem a iniciativa divina, jamais saberíamos qualquer coisa sobre Sua pessoa, sobre nós mesmos e o mundo em nossa volta, viveríamos uma vida sem significados e sem qualquer perspectiva quanto ao futuro. Contudo, Deus graciosamente se mostra ao seu povo e revela sobre seu caráter, sua vontade e seu plano de salvação. Isso é graça.
A segunda verdade que este prefácio nos ensina tem haver com a maneira como Deus se apresenta ao seu povo. Era comum os reis e imperadores iniciarem seus editos ou alianças com seus nomes. Assim, ao se revelar ao seu povo, Deus diz quem Ele é o SENHOR, teu Deus.”  Com esta expressão, Deus se revela como sendo o Deus pactual, aquele que é auto-existente, imutável em seu Ser e fiel cumpridor de suas promessas. Essa expressão também aponta para seu senhorio. Deste modo, ele prepara o seu povo para que se submeta aos seus mandamentos. Isso também é graça. Primeiro porque ele quer que o seu povo o conheça. Em segundo lugar, porque ele livra seu povo da tirania do rei do Egito para fazer parte de seu Reino majestoso e se submeter ao seu senhorio gracioso.
A terceira verdade que este prefácio nos ensina diz respeito a Deus como o Redentor de seu povo. “... que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Nos estudos do Breve Catecismo de Westminster o teólogo Leonard T. Van Horn afirma categoricamente :O livramento de Israel da casa da servidão tipifica para o crente o livramento espiritual do pecado, de Satanás e do inferno. Nosso livramento espiritual é uma coisa maravilhosa, uma misericórdia pela qual deveríamos estar louvando a Deus continuamente.”[1]
Que Deus gracioso e misericordioso nós servimos! O Deus que se revelou de forma especial ao seu povo escolhido. O Deus pactual, auto-existente e imutável em seu Ser, o qual na história tem cumprido cada uma de suas promessas para a sua própria glória e em benefício de seu povo. O Deus redentor que em Cristo Jesus livrou seu povo do pecado, de Satanás e do inferno “e transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).
Como não amar intensamente a este Deus (Dt 6.5)? Como não louvá-lo fervorosamente (Rm 11.33-36)? Como não se submeter e obedecer aos seus santos mandamentos humildemente (Jo 14.21)? E como não viver para a glória desse Deus gracioso (Is 43.7)?

Por Rev. Ronaldo Soares dos Santos


[1] HORN, Leonard T. Van. Estudos no Breve Catecismo de Westminster. Os Puritanos, 2000. P 92.

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