domingo, 26 de janeiro de 2020


A  oração é um exercício espiritual para alcançarmos frutos


No livro “O poder através da oração”, E.M. Bounds escreve que Jonathan Edwards argumenta que se alguns cristãos, que muitas vezes, se queixam bastante dos ministros tivessem trocado esses lamentos pelas humildes e fervorosas orações e aplicado o seu poder de clamar a Deus pelos seus ministros, muito mais sucesso teriam alcançado. A oração é a chave do sucesso para a igreja. Bounds faz uma relação bastante estreita entre a oração das ovelhas pelo seu pastor e a oração do pastor pelas suas ovelhas. Essa prática não deve ser tratada como se fosse algo sem importância. Talvez, alguns ministros percebam que pedir a sua igreja a oração em seu favor, seja algo que os tornem menos importantes, lhes desaprovem ou depreciem, da mesma forma como, enganosamente, entendem que a sua eloquência, oratória, conhecimento, cultura, capacidade de estruturar bons esboços de sermões sejam mais importantes do que a oração pela sua igreja e ovelhas.
A oração é essencial para a igreja. Ela é uma necessidade urgente. A oração é um meio de graça. É por meio dela que podemos nos tornar mais santos, mais edificados, pois ela é elementar para que entendamos a mensagem da Palavra e para que roguemos a Deus que nos aplique ao coração a Palavra revelada. Somente pela oração podemos pedir a Deus que torne a Revelação clara para nós. A igreja pode ouvir a pregação mais clara, atraente e bem estruturada, mas sem a oração ela jamais poderá ser entendida. O pastor pode usar bem a sua oratória, o poder do seu intelecto, o talento e a persuasão, além de ter estudado para pregar de forma eficiente. Todavia, se a igreja não ora pelo ministro e o ministro não ora pela pregação e pelas suas ovelhas, todo o tempo e recursos são perdidos e a edificação torna-se distante. O Evangelho só pode ser propagado e produzir frutos quando a igreja o faz em oração.
O Senhor Jesus nos ensina que “Bem-aventurados são os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3).  Como humildes de espírito devemos reconhecer que precisamos do nosso Deus.  Cristo reconhece o coração que é dedicado à oração, por isso Ele admoesta os seus discípulos que não estavam orando: “E, voltando para os seus discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26. 40,41).
A oração não é apenas necessária para a pregação da Palavra. Ela é necessária para que sejamos poderosamente salvos e para nos tornar perfeitos e preparados para as boas obras. A liderança da igreja precisa ser afeiçoada ao exercício espiritual de orar por si mesma, pela igreja, pela pregação do Evangelho e por suas ovelhas. No livro de Atos do Apóstolos, Pedro afirma que os pastores não podem deixar de tratar a oração e o ministério da Palavra com grande responsabilidade e seriedade (At 6.4). O apóstolo Paulo foi grande um exemplo de um pregador que orava pelas suas ovelhas. Na carta aos Colossenses, Paulo nos relata que Epafras, ministro da igreja de Colossos era um pastor que intensamente orava por aquela igreja.
Portanto, a oração é uma responsabilidade distinta da liderança e da igreja. Bounds nos afirma em seu livro: “homens de oração poderosa são homens de grande poder e moldam as coisas. Seu poder com Deus tem o passo de um conquistador”.  Se quisermos ser poderosamente salvos, homens perfeitos e preparados para as boas obras, produzir e alcançar frutos com a pregação do Evangelho, devemos ser dedicados ao exercício excelente da oração.


Por Presb. Antonivaldo de Jesus Silva


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