quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Natal, O Culto e a Fé Reformada

por

Paulo R.B. Anglada

Ler Deuteronômio 4:1-2 e 12:32; Romanos 12:2; Marcos 7:7-9 e 13; Gálatas 4:8-11 e 5:1; e Colossenses 2:8,16 e 23.


Introdução


O Natal é uma festividade religiosa na qual boa parte da cristandade comemora o nascimento de Cristo. Além do dia de Natal, a festa da natividade, diversos outros dias do calendário eclesiástico, conhecidos como dias santos (holidays), foram separados pela igreja cristã medieval para comemorar eventos da vida de Jesus e da igreja. As festas mais geralmente aceitas são: a festa da Epifania (dia dos Reis), festejada no dia seis de janeiro, em comemoração à manifestação de Jesus aos três magos orientais (Mt 2:1-12); a Quaresma (46 dias entre a quarta-feira de cinzas e a Páscoa), relembrando a tentação de Jesus no deserto (Mt 4:1-11; Lc 4:1-12); a Páscoa, celebrada entre 22 de março e 25 de abril, comemorando a ressurreição de Jesus (Mc 16:1-8); a quinta-feira da ascensão, comemorada no quadragésimo dia após a Páscoa (At 1:9-10); e o dia de Pentecostes, celebrando a descida do Espírito Santo (At 2:1-11).[1]
Os católicos comemoram o Natal com uma missa — daí o nome em inglês Christmas (Christ + mass).[2] A maioria dos protestantes absorveu esta tradição católica, comemorando o Natal com um culto realizado na véspera ou no próprio dia de Natal, o culto de Natal. Muitas tradições foram sendo absorvidas por esta festividade, vindo a se constituir parte importante na sua comemoração. Exemplo: a ceia, a troca de presentes, o Papai Noel, a árvore de Natal, a montagem de presépios, encenações, decorações, músicas natalinas, etc.
A comemoração do Natal tornou-se, sem dúvida, uma tradição profundamente enraizada, não somente nas civilizações ocidentais, como até mesmo em alguns países orientais. Todos apreciamos as decorações, o feriado, os presentes e as comidas do Natal. É inegável que a época tem um certo charme, um clima especial, que chegou a ser personalizado no assim chamado espírito do Natal.
Provavelmente, a maioria de nós concordaria que as comemorações natalinas estão se corrompendo vez mais. Certamente muitos entre nós desaprovam os excessos típicos desta comemoração: a glutonaria, a bebedice, o consumismo desenfreado, etc. Mas devemos confessar que quase não podemos conceber a vida sem o Natal, sem as comemorações do Natal, sem a ceia do Natal, sem a árvore do Natal, sem os presentes do Natal, e, especialmente para alguns, sem o culto do Natal. Tão importante é o Natal para a cristandade ocidental em geral, que talvez não haja exagero em afirmar que, para a maioria de nós, a vida perderia parte da sua graça, sem as comemorações natalinas.
Por tudo o que foi dito, eu reconheço que me aventuro numa empreitada difícil. Meu propósito, com este estudo, é avaliar a legitimidade do Natal, do ponto de vista da fé reformada. Para isso, eu me proponho a investigar: 1) sua origem, 2) suas instituições, 3) o ensino bíblico sobre o assunto, 4) a posição reformada histórica com relação à sua prática; e 5) a considerar algumas implicações práticas das conclusões deste estudo para nós, como igreja e indivíduos.

ORIGEM DO NATAL

Não Bíblica nem na Igreja Primitiva

No Antigo Testamento, diversas festas ou cerimônias anuais foram instituídas por Deus, em comemoração a eventos importantes na história do povo de Israel, tais como a Páscoa, a Festa dos Pães Asmos, a Festa de Pentecostes, e a Festa dos Tabernáculos. Todas estas festividades eram tipológicas. Elas faziam parte da lei cerimonial judaica, e foram cumpridas em Cristo; sendo, portanto, abolidas na nova dispensação — com exceção da Páscoa, que foi transformada na ceia do Senhor.
Na dispensação da graça, entretanto, nenhuma festa comemorativa foi mantida ou instituída, exceto a ceia do Senhor. Não existe texto algum no Novo Testamento, instituindo a comemoração do nascimento de Cristo; como há com relação à sua morte e ressurreição: a ceia. Na verdade, embora o nascimento de Cristo seja um fato histórico inegável, não há como determinar o dia, o mês, ou mesmo o ano em que o fato ocorreu.
O Novo Testamento registra apenas que a ressurreição de Jesus foi no primeiro dia da semana (cf. Mt 28:1; Jo 20:1), também chamado de dia do Senhor (ver Ap 1:10), o domingo (de Domini), dia em que a igreja primitiva costumava reunir-se para adoração pública a Deus (ver At 20:7 e 1 Co 16:2).
Também não há nenhum registro na igreja primitiva, anterior ao terceiro século, da comemoração da natividade de Cristo[3], assim como não há registro, neste período, de comemoração dos demais dias santos mencionados acima. A Enciclopédia Católica reconhece que “o Natal não estava entre as festas mais antigas da Igreja,” visto que “Irineu e Tertuliano a omitem nas suas listas de festas”[4].

Origem Pagã

Qual é, então, a origem da festa natalina? As evidências históricas apontam para as festividades pagãs em comemoração ao nascimento do Sol Invictus (Sol Inconquistável), o triunfo do sol sobre as trevas, que marcava o solstício, isto é, o início do fim do inverno no hemisfério norte.
Muitos povos antigos adoravam o sol. Porque acreditavam que o inverno diminuía o poder divino do sol, permitindo a manifestação dos poderes das trevas, eles comemoravam o solstício, quando os dias começam a ficar mais longos. As festividades deste período davam boas vindas ao retorno do sol acendendo-se velas e fogueiras para fortalecê-lo e expulsar o inverno.
Antes que houvesse qualquer celebração natalina cristã, já era comemorado na Escandinávia, no mesmo período, a grande festa de Yule, celebrando o nascimento do sol de inverno. Nos países de fala latina, havia, entre 17 e 24 de dezembro, as festividades conhecidas como Saturnalia — um culto ao deus Saturno, da agricultura, que encerrava-se com um feriado no dia 25. Outras festividades populares em comemoração ao deus Sol eram realizadas no mesmo período, algumas no próprio dia 25 de dezembro, como é o caso do culto a Attis, introduzido no império romano, proveniente da Frígia.[5] Segundo uma das tradições pagãs relacionadas ao solstício, uma tora de madeira era lançada ao fogo ao cair do sol do dia 24 de dezembro, a qual reencarnava na manhã seguinte em um nova árvore.

Instituição na Igreja Cristã

Não podendo erradicar estas comemorações pagãs, a cristandade as absorveu, aplicando-as à encarnação de Cristo. Assim, começou a ser praticada a festa da natividade, algum tempo antes de 336, vindo a ser oficialmente instituída, de acordo com Usener, no ano de 353 ou 354, pelo Papa Liberius (352-366),[6] sendo escolhida a data de 25 de dezembro, com vistas a substituir as comemorações pagãs mencionadas, realizadas nesse período e suprir uma lacuna inadmissível no calendário eclesiástico da época. “Temos uma Missa para cada santo, mas não há uma Missa para Cristo,” teria dito Liberius, decretando a missa da natividade de Cristo.[7]
Eis o que diz a Enciclopédia Delta Larousse, no artigo sobre o Natal:
A comemoração da data do nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro não obedece, como se poderia crer, a uma indicação precisa contida nos Evangelhos. Tal indicação não se encontra no Novo Testamento, sendo pois arbitrária a data da festa máxima da cristandade. Várias tem sido as suposições sobre a razão de tal escolha. A festa do solstício, consagrada ao sol na Roma pagã, celebrava-se a 25 de dezembro. Nos primeiros tempos do cristianismo, substituíram-se as festas pagãs, pelas comemorações da nova religião.[8]
A prática de assimilação de ritos pagãos tem sido, de fato, prática comum da Igreja Católica. A cristianização forçada de alguns povos, tem resultado em sincretismos religiosos comuns à igreja romana. No Brasil mesmo, as divindades e festividades africanas e populares são admitidas e até mesmo encorajadas pela igreja católica.

Conclusão

Não há precisão quanto aos detalhes das tradições mencionadas. É verdade também, por outro lado, que os evangélicos não comemoram o Natal com o sentido pagão original. Contudo, somos obrigados a admitir, com base na sua origem e instituição, que a comemoração do Natal não é prática bíblica. É, sim, uma festividade de origem pagã, revestida de roupagem cristã, decorrente da tendência sincretista típica da Igreja de Roma.

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Sobre o autor: O Rev. Paulo Anglada é ministro presbiteriano há mais de 25 anos e conhecido pregador brasileiro. Sua formação teológica inclui um bacharelado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife/PE), mestrado em Teologia pela Potchefstroom University (África do Sul) e doutorado em Ministério pelo Westminster Theological Seminary (EUA). Além de pastor há vários anos da Igreja Presbiteriana Central do Pará, o Rev. Anglada tem atuado no ensino de diversas disciplinas em seminários nacionais e internacionais, nas áreas de Grego Bíblico, Hermenêutica, Manuscritologia, Novo Testamento, Teologia Sistemática e Pregação. Ele é ainda presidente da Associação Reformada Palavra da Verdade e vice-presidente da Junta de Educação Teológica do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. Além de diversos livros, o Rev. Anglada é autor também de diversos artigos em obras coletivas e revistas teológicas.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Depravação Total: O Efeito Do Pecado No Homem


O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. A criatura mais sublime do Criador foi coroada com atributos, capacidades, volição, sentimentos e intelectualidade que refletem o ser de Deus. A ele foi conferida uma liberdade tal que chamamos de livre arbítrio. Antes da queda, o homem tinha total liberdade para dominar sobre as demais criaturas, gerenciar e usufruir das coisas criadas. Essa liberdade (livre arbítrio) lhe garantia, também, dominar seus sentimentos, aptidões e vontades. Seus desejos, pensamentos, palavras e ações eram completamente puros e por isso ele desfrutava de um relacionamento direto e estreito com Deus, de modo que tudo isso satisfazia a vontade divina.

O livre arbítrio do homem lhe permitia agir livremente de acordo com a sua própria vontade e determinação. Contudo, Deus lhe traçou consoante essa liberdade que lhe dera uma única restrição: não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal que estava no meio do jardim (Gn 2.16,17). Dessa obediência dependia a liberdade humana (livre arbítrio). Para continuar sendo um ser totalmente livre no seu agir e na sua vontade, o homem precisava cumprir essa ordenança divina, a qual chamamos Pacto de Obras. Tendo quebrado o pacto que Deus firmara com ele, o homem caiu da Graça e deixou de ser totalmente livre em suas ações, volição e intelecto para tornar-se escravo do pecado (Jo 8.34). A essa queda, a Teologia Reformada denomina de Depravação Total, porém esse termo é muito mal compreendido, seja pelos pelagianos que não aceitam a doutrina do pecado original, seja pelos semi-pelagianos e arminianos que insistem que restou no homem um pouco de bem depois da queda e acham que esse termo soa demasiadamente desagradável, ou até mesmo pelos próprios reformados para quem a doutrina ficou clara.

Quando afirmamos que o ser humano é totalmente depravado em seu ser, não estamos dizendo que os homens são tão ruins o quanto poderiam ser e o mais possivelmente imprestáveis. Dizer isso seria uma incoerência bíblico-teológica e uma negação das doutrinas da Graça e da imagem e semelhança de Deus. A Graça comum de Deus está sobre todos os homens e conforme ela, Deus faz com eles ajam muitas vezes positivamente, ou seja, fazendo coisas boas e refletindo a sua imagem e semelhança.

A depravação total consiste em dizer que após a queda, o pecado entrou no homem de modo que todos os atributos e faculdades humanos tornaram-se corrompidos (Rm 5.12). O salmista expressa categoricamente esse estado de corrupção do gênero humano dizendo: “Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.” (Sl 38.3, ARA). O homem tornou-se tão corrompido que nem mesmo suas boas ações podem está isentas da contaminação e influência do pecado, que o profeta Isaías diz: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia... (Is 64.6, ARA) e o sábio Jó, sobre o homem, afirma claramente: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!”(Jó 14.4, ARA).

Portanto, com o advento do pecado pela própria voluntariedade do homem (Adão), este não apenas passou a ser mortal e depravado em todo o seu ser, como também transmitiu a corrupção e a morte a toda humanidade (Sl 51.5; Rm 5.12). Essa corrupção total do gênero humano afetou aquela liberdade, chamada de livre arbítrio que ele possuía antes da queda, de tal maneira que o fez escravo do seu pecado. O homem não pode mais deixar de ser pecador, seu livre arbítrio agora se tornou escravo arbítrio, sua liberdade total, passou a ser uma livre agência. Isso significa dizer que não há nada que o homem faça agora, mesmo de acordo com sua livre vontade e voluntariedade que não esteja eivado pelo seu pecado. Dessa forma, ele só pode ser salvo e agradar perfeitamente a Deus através dos méritos, da obediência e do sacrifício vicário de Cristo.

 

Autor: Antonivaldo de Jesus Silva 

 

 

 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Teologia do Pacto



A Promessa de Deus de salvar e redimir um povo para si deve ser entendida como revelada ao longo da história, de forma progressiva até atingir seu clímax na crucificação de Cristo ao exclamar: 'está tudo consumado.' Não são várias promessas como se  as primeiras falhassem e uma nova tivesse que ser feita, mas uma única promessa (Gn 3.15) anunciada e repetida diversas vezes e de diferentes formas; na aliança com Abrão com a promessa de um descendente e de uma terra e ainda incluindo uma bênção a todas as nações; na aliança mosaica e na aliança davídica pela promessa de um descendente cujo reino não terá fim (2Sm 7.16).

O entendimento de Paulo é que a aliança é o plano unificado de Deus anunciado desde os tempos antigos e cumprido até os últimos dias (At 26.6-8).

A Bíblia revela o plano singular da mente e da vontade de Deus, ao invés de planos e vontades diferentes de Deus. Conforme o pensamento paulino em Rm 15.8,9 compreendemos que judeus e gentios são beneficiários da mesma Promessa. Daí se segue a impossibilidade de haver um intervalo no trato de Deus com Israel abrindo uma oportunidade para os gentios (igreja /outro povo).

A Teologia da Aliança oferece uma interpretação segura e sólida do plano de Deus como revelado na Escritura, ela nos mostra de forma clara o propósito de Deus (criação-redenção-consumação). Esse plano é um único e coeso plano. Não podemos fragmentar o plano de Deus como se Deus tivesse uma mente finita e inconstante como a dos humanos, por isso Deus não pode ter dois povos nem dois planos, pois devemos partir do pressuposto de que o plano de Deus nasce na eternidade e não no (Κρόνος) cronos, à medida que os homens vão colaborando com ele como acredita o dispensacionalismo.

A História da redenção do povo de Deus foi revelada no Éden (Gn 3.15) tem seu desenvolvimento no chamado de Abraão (Gn 17) e atinge seu clímax na morte e ressurreição de Cristo (a aliança da Consumação), a fim de satisfazer a justiça divina, de banir o pecado e misericordiosamente restabelecer a amizade quebrada pelo homem. Assim, Deus revelou de forma tangível seu amor pelos eleitos e confirmou sua herança pelos sinais do pacto.

Dessarte, a Teologia do Pacto mostra o evangelho apresentado no contexto do plano eterno de Deus de salvação e comunhão com seu povo. Além de tudo, é uma hermenêutica segura que aborda o entendimento das Escrituras, explica a unidade da revelação bíblica e aprofunda o nosso entendimento sobre o significado da morte de Cristo (Expiação); da nossa confiança de comunhão com Deus e o desfrutar de suas promessas (segurança); dos sinais e selos das promessas pactuais (Sacramentos) e da história da redenção (Plano unificado da salvação). Esta é a síntese do evangelho da graça de Deus.


Autor: Antonivaldo de Jesus Silva

domingo, 17 de maio de 2015

Socialismo x Cosmovisão Bíblica




O socialismo é a transgressão da lei de Deus. Ele anda na contramão da santa vontade do Senhor. Deturpa e intenta, sempre, solapar os princípios bíblicos. É o inimigo do cristianismo não no que tange apenas ao direito de propriedade, mas sobretudo no ideário político e das relações humanas. O socialismo é um sistema que prega um viver fora da lei, sem regras, sem limites, um estado omisso, conivente e benevolente com os criminosos, quando ao contrário disso, Deus estabeleceu o estado como seu braço vingador (Rm 13. 1-4). O socialismo ainda incentiva o ócio (bolsas esmolas), quando em vez disso, Deus ao criar o homem, deu-lhe um mandado social, o mandado do trabalho: "no suor do teu rosto comerás o teu pão" (Gn 3.19) e mais: "e a diligenciardes a viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos." (1Ts 4.13); "... se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente comam o seu próprio pão." (2Ts 3.10-12). Ainda podemos colocar na conta do socialismo a destruição de outro mandado social de Deus na criação, a constituição da família: "Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." (Gn 2.24); "não adulterarás" (Dt 5.18). A doutrina socialista destrói os bons costumes e a família sob o pretexto de defender todas as famílias (considerando as relações homo afetivas) preconizam uma relação adulterada e espúria que é o homossexualismo, contrariando a ordem natural da criação (macho e fêmea) e da vontade de Deus. Portanto, não há nas Escrituras Sagradas qualquer respaldo para as teorias impuras e destrutivas do socialismo. Nossa cosmovisão, enquanto cristãos, tem de ser exclusiva e genuinamente bíblico-teológica e não socialista e mundana.

Autor: Antonivaldo de Jesus Silva

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