quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020


O pecado: a corrupção da carne e a solução para o seu problema


No texto da carta aos hebreus a Escritura nos afirma que devemos seguir a carreira que nos está proposta, nos desembaraçando do peso e dos percalços que nos impedem de prosseguir da melhor forma. O pecado é o grande embaraço na nossa caminhada que nos força a lutar com intensa perseverança (Hb 12.1,2).
O Breve Catecismo nos diz que o pecado “é a falta de conformidade com a lei de Deus ou qualquer transgressão dessa lei” (BCW, 14). A falta de conformidade com a lei e vontade santa de Deus é manifesta por meio de nossos atos, disposição e estado. Todas as nossas faculdades estão corrompidas. No livro do profeta Isaías, o texto Sagrado nos assevera que as nossas obras de justiça são como trapos imundos diante de Deus (Is 64.6). O pecado nos tornou como imundos e por essa razão nem mesmo as nossas obras de justiça podem nos garantir a salvação nem ser o mérito ou método para alcançarmos a graça redentora. As raízes do pecado estão profundas no coração humano.
A queda teve o seu princípio no egoísmo do homem. Os nossos pais edênicos pecaram em virtude do seu egoísmo. O homem peca porque deseja fazer a sua própria vontade e não fazer a vontade de Deus. Quando olhamos para o relato bíblico percebemos que Adão e Eva quebraram todos os mandamentos da lei de Deus que estavam implícitos e bastante claros no seu coração. Eles não reconheceram que há um só Deus; constituíram um outro deus (a serpente e a si mesmos); tomaram o nome de Deus em vão; descumpriram a observância de guardarem-se para o Senhor; não observaram que Deus era o seu superior; transgrediram a lei e trouxeram a morte como resultado para eles mesmos e para toda a sua posteridade, quando não fizeram a vontade de Deus e desejaram o que não deveriam ter desejado quebrando todos os princípios dos mandamentos de Deus.
Assim, vemos que o pecado é a ausência de amor a Deus. A compulsão da carne nos conduz à depravação, ela nos leva a perverter a vontade de Deus. No Getsêmani, Jesus alerta os seus discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está prontomas a carne é fraca” (Mateus 26.41). O pecado atingiu a consciência moral de todo ser humano. O homem comete atos, pensa, deseja e nutre disposições contrárias à vontade Santa e Soberana de Deus. Essa é uma questão universal. Deus nos revela pela Sua Palavra que o homem tem uma necessidade de regeneração, expiação e arrependimento pelo seu pecado. Todos aqueles que não receberam a Cristo que nos é pregado pelo Evangelho da Graça estão num estado de condenação, debaixo da ira de Deus.
Todos os homens são pecadores. A história nos relata que o ser humano tem buscado uma reconciliação com Deus. Ele realiza cultos, sacrifícios, cria religiões e constitui o seu próprio deus como aquele que realiza a sua vontade e lhe traz uma solução para o seu problema. Este testemunho que a história e a consciência humana nos relatam demonstra que o homem, sem qualquer exceção, possui uma natureza corrupta.
A Escritura Sagrada nos declara que o homem por natureza é filho da ira (Ef 2.3). A morte como resultado do pecado veio a todo ser humano independente da preferência pessoal, da consciência adquirida ou pelo grau do seu poder intelectual (Rm 5.12-14). O Salmo 51 nos prova que nascemos pecadores. O que podemos dizer sobre uma criança que morre logo após alguns minutos ou dias de ter sido concebida? Ela sofre a pena que o pecado trouxe para a raça humana (Gn 2.17). Todos os homens possuem a natureza pecaminosa e condenada por conta do pecado.
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, por isso, Deus se ira com o homem que transgride a Sua lei e não pratica, de maneira necessária, o atributo de santidade nesta semelhança natural.
A solução para o problema que o pecado nos trouxe é sermos alcançados pelo Deus da aliança. É sermos redimidos pelo sangue de Cristo. A esperança para o homem pecador é ser resgatado do seu fútil procedimento pelo precioso sangue de Cristo e pelo seu sacrifício perfeito (1Pe 1.18,19). O mérito da nossa salvação não está em nós mesmos e sim em Cristo. A salvação só pode ser pela graça. As obras humanas não podem garantir a redenção do pecador. Caso isso fosse possível, a graça seria anulada. A salvação e a redenção do pecador são garantidas pelo mérito de Cristo, que na cruz morreu pelos seus eleitos, a fim de lhe conceder a graça divina. É pelo seu sacrifício perfeito e não pelos feitos que o homem realiza (Ef 2.8-10).


Por Presb. Antonivaldo de Jesus Silva

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