terça-feira, 6 de outubro de 2020

 

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020


O pecado: a corrupção da carne e a solução para o seu problema


No texto da carta aos hebreus a Escritura nos afirma que devemos seguir a carreira que nos está proposta, nos desembaraçando do peso e dos percalços que nos impedem de prosseguir da melhor forma. O pecado é o grande embaraço na nossa caminhada que nos força a lutar com intensa perseverança (Hb 12.1,2).
O Breve Catecismo nos diz que o pecado “é a falta de conformidade com a lei de Deus ou qualquer transgressão dessa lei” (BCW, 14). A falta de conformidade com a lei e vontade santa de Deus é manifesta por meio de nossos atos, disposição e estado. Todas as nossas faculdades estão corrompidas. No livro do profeta Isaías, o texto Sagrado nos assevera que as nossas obras de justiça são como trapos imundos diante de Deus (Is 64.6). O pecado nos tornou como imundos e por essa razão nem mesmo as nossas obras de justiça podem nos garantir a salvação nem ser o mérito ou método para alcançarmos a graça redentora. As raízes do pecado estão profundas no coração humano.
A queda teve o seu princípio no egoísmo do homem. Os nossos pais edênicos pecaram em virtude do seu egoísmo. O homem peca porque deseja fazer a sua própria vontade e não fazer a vontade de Deus. Quando olhamos para o relato bíblico percebemos que Adão e Eva quebraram todos os mandamentos da lei de Deus que estavam implícitos e bastante claros no seu coração. Eles não reconheceram que há um só Deus; constituíram um outro deus (a serpente e a si mesmos); tomaram o nome de Deus em vão; descumpriram a observância de guardarem-se para o Senhor; não observaram que Deus era o seu superior; transgrediram a lei e trouxeram a morte como resultado para eles mesmos e para toda a sua posteridade, quando não fizeram a vontade de Deus e desejaram o que não deveriam ter desejado quebrando todos os princípios dos mandamentos de Deus.
Assim, vemos que o pecado é a ausência de amor a Deus. A compulsão da carne nos conduz à depravação, ela nos leva a perverter a vontade de Deus. No Getsêmani, Jesus alerta os seus discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está prontomas a carne é fraca” (Mateus 26.41). O pecado atingiu a consciência moral de todo ser humano. O homem comete atos, pensa, deseja e nutre disposições contrárias à vontade Santa e Soberana de Deus. Essa é uma questão universal. Deus nos revela pela Sua Palavra que o homem tem uma necessidade de regeneração, expiação e arrependimento pelo seu pecado. Todos aqueles que não receberam a Cristo que nos é pregado pelo Evangelho da Graça estão num estado de condenação, debaixo da ira de Deus.
Todos os homens são pecadores. A história nos relata que o ser humano tem buscado uma reconciliação com Deus. Ele realiza cultos, sacrifícios, cria religiões e constitui o seu próprio deus como aquele que realiza a sua vontade e lhe traz uma solução para o seu problema. Este testemunho que a história e a consciência humana nos relatam demonstra que o homem, sem qualquer exceção, possui uma natureza corrupta.
A Escritura Sagrada nos declara que o homem por natureza é filho da ira (Ef 2.3). A morte como resultado do pecado veio a todo ser humano independente da preferência pessoal, da consciência adquirida ou pelo grau do seu poder intelectual (Rm 5.12-14). O Salmo 51 nos prova que nascemos pecadores. O que podemos dizer sobre uma criança que morre logo após alguns minutos ou dias de ter sido concebida? Ela sofre a pena que o pecado trouxe para a raça humana (Gn 2.17). Todos os homens possuem a natureza pecaminosa e condenada por conta do pecado.
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, por isso, Deus se ira com o homem que transgride a Sua lei e não pratica, de maneira necessária, o atributo de santidade nesta semelhança natural.
A solução para o problema que o pecado nos trouxe é sermos alcançados pelo Deus da aliança. É sermos redimidos pelo sangue de Cristo. A esperança para o homem pecador é ser resgatado do seu fútil procedimento pelo precioso sangue de Cristo e pelo seu sacrifício perfeito (1Pe 1.18,19). O mérito da nossa salvação não está em nós mesmos e sim em Cristo. A salvação só pode ser pela graça. As obras humanas não podem garantir a redenção do pecador. Caso isso fosse possível, a graça seria anulada. A salvação e a redenção do pecador são garantidas pelo mérito de Cristo, que na cruz morreu pelos seus eleitos, a fim de lhe conceder a graça divina. É pelo seu sacrifício perfeito e não pelos feitos que o homem realiza (Ef 2.8-10).


Por Presb. Antonivaldo de Jesus Silva

domingo, 26 de janeiro de 2020


A  oração é um exercício espiritual para alcançarmos frutos


No livro “O poder através da oração”, E.M. Bounds escreve que Jonathan Edwards argumenta que se alguns cristãos, que muitas vezes, se queixam bastante dos ministros tivessem trocado esses lamentos pelas humildes e fervorosas orações e aplicado o seu poder de clamar a Deus pelos seus ministros, muito mais sucesso teriam alcançado. A oração é a chave do sucesso para a igreja. Bounds faz uma relação bastante estreita entre a oração das ovelhas pelo seu pastor e a oração do pastor pelas suas ovelhas. Essa prática não deve ser tratada como se fosse algo sem importância. Talvez, alguns ministros percebam que pedir a sua igreja a oração em seu favor, seja algo que os tornem menos importantes, lhes desaprovem ou depreciem, da mesma forma como, enganosamente, entendem que a sua eloquência, oratória, conhecimento, cultura, capacidade de estruturar bons esboços de sermões sejam mais importantes do que a oração pela sua igreja e ovelhas.
A oração é essencial para a igreja. Ela é uma necessidade urgente. A oração é um meio de graça. É por meio dela que podemos nos tornar mais santos, mais edificados, pois ela é elementar para que entendamos a mensagem da Palavra e para que roguemos a Deus que nos aplique ao coração a Palavra revelada. Somente pela oração podemos pedir a Deus que torne a Revelação clara para nós. A igreja pode ouvir a pregação mais clara, atraente e bem estruturada, mas sem a oração ela jamais poderá ser entendida. O pastor pode usar bem a sua oratória, o poder do seu intelecto, o talento e a persuasão, além de ter estudado para pregar de forma eficiente. Todavia, se a igreja não ora pelo ministro e o ministro não ora pela pregação e pelas suas ovelhas, todo o tempo e recursos são perdidos e a edificação torna-se distante. O Evangelho só pode ser propagado e produzir frutos quando a igreja o faz em oração.
O Senhor Jesus nos ensina que “Bem-aventurados são os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3).  Como humildes de espírito devemos reconhecer que precisamos do nosso Deus.  Cristo reconhece o coração que é dedicado à oração, por isso Ele admoesta os seus discípulos que não estavam orando: “E, voltando para os seus discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26. 40,41).
A oração não é apenas necessária para a pregação da Palavra. Ela é necessária para que sejamos poderosamente salvos e para nos tornar perfeitos e preparados para as boas obras. A liderança da igreja precisa ser afeiçoada ao exercício espiritual de orar por si mesma, pela igreja, pela pregação do Evangelho e por suas ovelhas. No livro de Atos do Apóstolos, Pedro afirma que os pastores não podem deixar de tratar a oração e o ministério da Palavra com grande responsabilidade e seriedade (At 6.4). O apóstolo Paulo foi grande um exemplo de um pregador que orava pelas suas ovelhas. Na carta aos Colossenses, Paulo nos relata que Epafras, ministro da igreja de Colossos era um pastor que intensamente orava por aquela igreja.
Portanto, a oração é uma responsabilidade distinta da liderança e da igreja. Bounds nos afirma em seu livro: “homens de oração poderosa são homens de grande poder e moldam as coisas. Seu poder com Deus tem o passo de um conquistador”.  Se quisermos ser poderosamente salvos, homens perfeitos e preparados para as boas obras, produzir e alcançar frutos com a pregação do Evangelho, devemos ser dedicados ao exercício excelente da oração.


Por Presb. Antonivaldo de Jesus Silva


sábado, 2 de novembro de 2019

O que a Escritura Sagrada nos diz acerca da morte e o que ocorre depois dela?


Perguntas e respostas sobre a morte

O que é a morte?



É a separação do homem de si mesmo. O ser humano é uma unidade integrada constituído de corpo e alma. A morte causa essa separação. Com a morte a parte material é sepultada, mas a imaterial continua existindo: “e o pó volte a terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 7.29 – ver 2 Co 5.8; Fp 1.23; Lc 16.19-31).


Morreu, acabou?
Não. Haverá uma ressurreição final por meio de Cristo: “Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio à ressurreição dos mortos.” (1 Co 15.21 – ver 1 Ts 4.14; Jo 11.25,26).
Por que o homem morre?
Por causa da queda no pecado do primeiro homem: “Porquanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rm 5.12 – ver Gn 2.16,17; 3.1-24).

O que acontecerá se o homem morrer na condição de pecador?
O homem terá que enfrentar o juízo divino: “... o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo." (Hb 9.27 – ver 2 Co 5.10; Jo 5.29).
Qual a natureza desse juízo?
“..lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Ap 21.8b – ver Mt 25.41).
Como escapar deste terrível juízo?
Buscando refúgio em Cristo. Por que? Porque “quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (Jo 3.18). Cristo também diz: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5.24).


O que Cristo fez para nos livrar do juízo?

“Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados...” (1 Pe 2.24 - ver 1 Pe 3.18; 2 Co 5.21). “... ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." (Is 53.5). “...Jesus, que nos livra da ira vindoura.” (1 Ts 1.10).
A única segurança que temos quer seja vivendo ou morrendo só pode ser encontrada em Jesus Cristo (Rm 14.8). Portanto, arrependa-se de seus pecados e creia nele (Mc 1.14,15).

Por Rev. Ronaldo Soares dos Santos

segunda-feira, 11 de junho de 2018


O Prefácio dos Dez Mandamentos
“Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”
(Êx 20.1-2).
Este prefácio ensina-nos três importantes verdades as quais devem motivar o povo de Deus para viver uma vida de santidade, submissão, louvor e gratidão a Ele (Deus).
A primeira verdade que este prefácio nos ensina é o fato de Deus ter se revelado de modo especial ao seu povo: “Então, falou Deus todas estas palavras”.  Isso é magnífico! O Deus Eterno, o criador de todas as coisas, quis se revelar ao seu povo, tornar-se conhecido a ele. Isso revela sua graça. Afinal, sem a iniciativa divina, jamais saberíamos qualquer coisa sobre Sua pessoa, sobre nós mesmos e o mundo em nossa volta, viveríamos uma vida sem significados e sem qualquer perspectiva quanto ao futuro. Contudo, Deus graciosamente se mostra ao seu povo e revela sobre seu caráter, sua vontade e seu plano de salvação. Isso é graça.
A segunda verdade que este prefácio nos ensina tem haver com a maneira como Deus se apresenta ao seu povo. Era comum os reis e imperadores iniciarem seus editos ou alianças com seus nomes. Assim, ao se revelar ao seu povo, Deus diz quem Ele é o SENHOR, teu Deus.”  Com esta expressão, Deus se revela como sendo o Deus pactual, aquele que é auto-existente, imutável em seu Ser e fiel cumpridor de suas promessas. Essa expressão também aponta para seu senhorio. Deste modo, ele prepara o seu povo para que se submeta aos seus mandamentos. Isso também é graça. Primeiro porque ele quer que o seu povo o conheça. Em segundo lugar, porque ele livra seu povo da tirania do rei do Egito para fazer parte de seu Reino majestoso e se submeter ao seu senhorio gracioso.
A terceira verdade que este prefácio nos ensina diz respeito a Deus como o Redentor de seu povo. “... que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Nos estudos do Breve Catecismo de Westminster o teólogo Leonard T. Van Horn afirma categoricamente :O livramento de Israel da casa da servidão tipifica para o crente o livramento espiritual do pecado, de Satanás e do inferno. Nosso livramento espiritual é uma coisa maravilhosa, uma misericórdia pela qual deveríamos estar louvando a Deus continuamente.”[1]
Que Deus gracioso e misericordioso nós servimos! O Deus que se revelou de forma especial ao seu povo escolhido. O Deus pactual, auto-existente e imutável em seu Ser, o qual na história tem cumprido cada uma de suas promessas para a sua própria glória e em benefício de seu povo. O Deus redentor que em Cristo Jesus livrou seu povo do pecado, de Satanás e do inferno “e transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).
Como não amar intensamente a este Deus (Dt 6.5)? Como não louvá-lo fervorosamente (Rm 11.33-36)? Como não se submeter e obedecer aos seus santos mandamentos humildemente (Jo 14.21)? E como não viver para a glória desse Deus gracioso (Is 43.7)?

Por Rev. Ronaldo Soares dos Santos


[1] HORN, Leonard T. Van. Estudos no Breve Catecismo de Westminster. Os Puritanos, 2000. P 92.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CUIDADO COM A APOSTASIA


 Série: Exposições nos Salmos
Por Pr. Ronaldo Soares dos Santos
Sermão Pregado em 29/01/2017
TÍTULO: CUIDADO COM A APOSTASIA.
TEXTO: Salmo 1

INTRODUÇÃO: Amados irmãos em Cristo Jesus, em várias ocasiões a Bíblia nos adverte quanto ao perigo da apostasia. Mas o que é apostasia? Em termos simples, é o abandono da fé. Um apóstata é aquela pessoa que por um tempo recebeu a Palavra do Senhor, professou sua fé em Deus, participava dos cultos, dos sacramentos etc., todavia, depois de algum tempo, tal pessoa sufocada pelo mundanismo começa a se afastar das coisas de Deus e passa a pôr em cheque os absolutos da Palavra, chegando finalmente a abandonar definitivamente sua confiança no Senhor como seu Salvador. O homem vira as costas para Deus e passa a viver em rebeldia a sua Palavra.
ELUCIDAÇÃO: Este Salmo nos alerta quanto ao cuidado que devemos ter com a apostasia, pois é exatamente num contexto de fé que surgem os apóstatas. Muitos deles convivem com os justos na congregação como se fosse um deles, contudo, em seus corações são rebeldes à lei de Deus. Eles sutilmente tentam confundir a mente dos justos para que sigam também seus pensamentos ímpios. O salmista exorta os justos para que não sigam o caminho deles, instruindo para sigam a lei do Senhor, meditando nela dia e noite.
Portanto, neste salmo são apresentados dois caminhos: o caminho da fé, fundamentado na lei de Deus e, o caminho da apostasia, fundamentado no ateísmo. Cada um desses caminhos leva para um fim. Os que tem prazer na lei de Deus são conhecidos e amados pelo Senhor, os que desprezam a Deus e os seus mandamentos sofrerão o juízo e perecerão para sempre.
Diante disto, pergunta-se:
Como evitar o caminho da apostasia e preservar a fé no Senhor?

I- NÃO FAZENDO TRÊS COISAS ( Sl 1.1).
1. OS JUSTOS NÃO DEVEM ANDAR NO CONSELHO DOS ÍMPIOS. O verbo andar se refere às pessoas que seguem o caminho contrário ao do Senhor. Vemos muito no Antigo Testamento as frases: “andou o povo atrás dos ídolos; andou Israel atrás dos falsos deuses”, etc. A palavra “conselho” significa ensino ou opinião. Já o termo “ímpio” significa aquele que se levanta contra Deus e sua lei. Portanto, “seguir o conselho dos ímpios” significa alguém que deixa de seguir os ensinos da palavra de Deus para seguir a opinião dos inimigos de Deus.

Aplicação: Se eu perguntasse a cada um de vocês se desejariam trocar os ensinos de Cristo pelos ensinos dos ímpios, certamente eu ouviria um sonoro NÃO! Todavia, eu tenho que lhes informar que muitas vezes temos feito isso na prática. Como? Preste atenção... você acha que o domingo é como outro dia qualquer e, portanto, você pode negligenciá-lo não guardando? Você acha que não tem nada demais um cristão se casar com um descrente?
Você defende o feminismo, as drogas e o aborto? Você defende, aprova ou acha normal o homossexualismo ou qualquer relação sexual fora do matrimônio entre um homem e uma mulher? Você acha que pode contar uma mentirinha como meio para justificar o fim? Você acha que na relação familiar não existe funções e papeis distintos? Ou seja, que o homem tem a obrigação de amar sua esposa como Cristo amou a sua igreja, que ele tem o papel de cabeça, provedor físico e espiritualmente do lar? E que a mulher no lar deve submissão a seu esposo no Senhor e que ela desempenha o papel de auxiliadora idônea? Que os filhos devem ser educados nos caminhos do Senhor e devem honrar seus pais como o primeiro mandamento com promessa? Se você concordou com qualquer um desses pensamentos contrários as Escrituras, pode ter certeza que em certa medida, você se associou com os ímpios, trocando o ensino da palavra de Deus por ensinos mundanos. Isso é um passo largo para apostasia. Atentem para a palavra de Deus: “NÃO ande no conselho dos ímpios”!
2. OS JUSTOS NÃO DEVEM DETER-SE NO CAMINHO DOS PECADORES. A palavra “deter-se” significa estar parado para fazer algo. Refere-se a uma pessoa que está indecisa entre o mundo e a igreja. Ele não sabe que caminho seguir. Mas por fim, se não arrepender-se, seguirá os pecadores.

Aplicação: Desde a queda o homem tem procurado seguir o caminho contrário à vontade do Senhor. Somente aqueles que foram regenerados pelo Espírito Santo seguem a Cristo. Uma das investidas dos pecadores contra os justos é fazê-los pensar que eles não precisam ter um Senhor sobre suas vidas. Satanás foi o primeiro a fazer isso. No Éden, ele propôs ao primeiro casal uma independência do Senhor quando tentou Eva a comer do fruto que Deus havia proibido. O resultado é que ambos compraram essa ideia e se rebelaram contra o Senhor ao comerem do fruto. Muitos cientistas modernos têm seguido o exemplo de Satanás ensinando a autonomia do homem. Alguns dizem que “a fé em Deus é a muleta dos fracos”, outros alegam que é “a religião é o ópio do povo”... Todas essas frases denotam a ideia de que crer ou confiar em Deus e se submeter a sua palavra, será sempre um sinal de fraqueza e incompetência das mentes fracas que buscam anestesiar suas frustações criando a ideia de um Deus que os ampara. Para os teóricos ateus, os homens devem ser senhores de si mesmos e protagonistas da história e que, portanto, não precisam da muleta religiosa para viver. Esse pensamento ímpio tem adentrado nas igrejas com uma roupagem evangelical e corrompido a fé de muitos. Um exemplo claro é a teologia da prosperidade pregada por vários líderes evangélicos e aceita por muitos membros. Essa teologia tem trazido muita confusão à mente de boa parte dos evangélicos. Esse pensamento teológico coloca o homem no lugar de Deus e Deus no lugar do homem. Se tais pessoas não se arrependerem e voltar-se para o Senhor, certamente serão rejeitados para sempre. O alerta do salmista soa como um alerta: “NÃO se detenham no caminho dos pecadores”. Não coxeiem entre dois pensamentos, fujam desses ensinos e volte-se para palavra de Deus!

3. OS JUSTOS NÃO DEVEM SE ASSENTAR NA RODA DOS ESCARNECEDORES. Escarnecer aqui é o mesmo que zombar. É a ideia de depreciar o outro. Dentro deste contexto, a imagem é de pessoas reunidas e arrogantemente fazem zombarias contra Deus como se ele fosse uma farsa, uma figura caricata e desprezível. No Salmo 73, o salmista apresenta essa zombaria contra Deus: “Contra os céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra. E diz: como sabe Deus? A caso, há conhecimento no Altíssimo? (Sl 73.9,11).

Aplicação: Meus irmãos, não são raras as situações que vemos pessoas brincando com o nome de Deus. Inclusive, muitos cristãos em tom de brincadeira tem quebrado o terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20.7). Muitos fazem piadas com as coisas santas do Senhor. É bom lembrar que comete pecado tanto quem profere a piada como quem participa rindo ou simplesmente ouvindo tais pessoas. Devemos ter muito cuidado com isso irmãos. O Senhor diz claramente que “não terá por inocente quem tomar o seu nome em vão”. Ou seja, ele trará juízo sobre a vida de quem pratica tais coisas. Levem Deus a sério, considerem sua palavra, não se associem com os escarnecedores.
Como evitar o caminho da apostasia e preservar a fé no Senhor?
II. Tendo prazer na lei do SENHOR (vs. 2).
1. OS JUSTOS DEVEM TER PRAZER NESSA LEI. Ter prazer na lei de Deus é deseja-la como o principal alimento – “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca” (Sl 119.103). É tê-la como prioridade. “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna.” (Jo 6.27a)

Aplicação: Vivemos num mundo de muitas vozes (ensinos) as quais apontam para vários caminhos. Mas a única voz que devemos seguir é a voz de Deus revelada em sua Palavra escrita. A declaração dos discípulos de Cristo é verdadeira: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 7.68a). Nesse mesmo pensamento o salmista também diz: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119.105). Portanto meus irmãos, a única maneira de seguirmos na direção certa, é termos a orientação da Palavra de Deus registrada na Bíblia Sagrada. Mas, para ouvi-la, devemos lê-la regularmente com apreço. “Quanto amo a tua lei! É minha meditação todo dia!” (Sl 119.97).
Como tem sido sua leitura bíblica? Você tem gasto tempo apreciando a lei de Deus? Quer fazer um teste de como está o seu nível de apreço pela palavra de Deus? Compare o tempo que você gasta com whatsapp, facebook, instagram e etc. com o tempo que você dedica lendo a Bíblia. O resultado é simples, aquilo que você gastar mais tempo revelará qual tem sido sua fonte de maior prazer.
Como evitar o caminho da apostasia e preservar a fé no Senhor?

2. OS JUSTOS DEVEM MEDITAR DIA E NOITE NESSA LEI. O termo “meditar” é o mesmo que ruminar. A ideia aqui é de ler as Escrituras e reler de forma cíclica. Ou seja, ler a Palavra de Deus constantemente, regularmente.

Aplicação: É impressionante como muitas pessoas alegam ter experiências espirituais com Deus sem pelo menos gastar tempo lendo sua Palavra. Que Deus elas conhecem? Certamente não é o Deus da Bíblia. Embora a obra da criação e os reflexos da imagem de Deus presente no homem deem sinais de sua existência, contudo, ele só pode ser conhecido salvificamente em sua Palavra acompanhada pela ação do Espírito Santo (Ler a C.F.W cap. I.I). É na Bíblia que conhecemos obras de Deus, seus atributos e seu plano de salvação para com seus filhos. Portanto, todo conhecimento a parte das Escrituras não passa de misticismo. Ainda mais, quem despreza o estudo sério da Palavra de Deus se torna uma preza fácil dos falsos mestres. Portanto meus irmãos leiam a Palavra do Senhor, acompanhada de oração para que o Espírito Santo ilumine seu entendimento a fim de que você compreenda as maravilhas da sua Lei. Faça um propósito de Ler a Bíblia todos os dias.
O que acontece quando os justos se alimentam da lei do SENHOR?
II- Eles são bem-aventurados (vs. 3).
1. ELES TÊM VIDA PERENE – “É como árvore plantada junto a corrente de águas”.

Aplicação: Cristo é a água da vida, aqueles que bebem dele, nunca mais terão sede ( Jo 4.13-14). Não somos capazes de nos nutrir nem de nos sustentar por nossa própria conta, precisamos estar arraigados em Cristo e nos alimentar do seu poder espiritual.
2. ELES FRUTIFICAM – “... que no devido tempo dá o seu fruto”.

Aplicação: Somente estando em Cristo, à videira verdadeira, é que podemos dar fruto: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).
3. ELES VIVEM COM PROPÓSITO – “... e tudo quanto ele faz será bem sucedido”.

Aplicação: A vida sem Cristo é vazia, efêmera e confusa. No entanto, aqueles que estão em Cristo, suas vidas tem sentido, direção e certezas. O sentido da vida é contemplar a glória de Cristo. Pela graça de Deus Já vislumbramos essa glória, mas não plenamente por causa da corrupção do pecado ainda presente em nós. Todavia, na consumação de todas as coisas, quando o nosso corpo de pecado se revestir de um novo corpo, completamente livre do pecado, finalmente veremos o brilho da glória de Cristo em seu esplendor. Óh! Que dia glorioso será este!
E os apóstatas? Qual será seu fim?
III- Diferentemente dos justos, eles não tem vida. (vs. 4).

ESTÃO MORTOS ESPIRITUALMENTE, SEGUINDO APENAS O CURSO DESTE MUNDO. “São como a palha que o vento dispersa” (vs. 4; ver Ef 2.2). Estão perdidos como uma folha seca jogada pelo vento de um lado para outro. Andam perdidos, sem direção, alienados de Deus...
Aplicação: Meus irmãos, não invejem a vida dos ímpios. Não os imitem! Não sigam seus conselhos! Eles não passam de folhas secas. Se você quiser ser como eles, acabará como eles. Os dois pontos a seguir revela como será o fim dos ímpios.
1. SERÃO JULGADOS E CONDENADOS. “Não prevalecerão no juízo” (vs. 5a). O termo “prevalecer” é o mesmo que se erguer, ficar em pé.

Aplicação: Agora, os ímpios podem até querer se orgulhar, levantar seu queixo e empinar seu nariz como símbolo de sua arrogância. Por enquanto, eles não querem se submeter à lei de Deus e resistem ao Senhorio de Cristo. Contudo, quando o dia do juízo chegar, todos se prostrarão diante daquele que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11).
2. SERÃO BANIDOS PARA SEMPRE DA PRESENÇA DO SENHOR. “... não permanecerão na congregação dos justos” (vs. 5b-6).

Aplicação: Quando o dia do julgamento chegar, o Senhor, o justo Juiz, separará o trigo do joio, as ovelhas dos bodes e os grãos da palha, e nenhum incrédulo poderá reunir-se com os justos. “Então, o Rei dirá também aos que estiverem a sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”( Mt 25.41). Ver o cap. XXXIII, I e II da C.F.W.
Como posso ter certeza que somente os justos escaparão dessa condenação?
IV- Porque “o SENHOR conhece o caminho dos justos” (vs.6).

O verbo conhecer nesse versículo, não quer dizer que Deus apenas tem informação a cerca da existência dos justos e, portanto, se lembra deles. Antes, significa que o Senhor os escolhera e que os guardará providencialmente até o dia final. Isso é o que a teologia chama de “a perseverança dos santos” (ver C.F.W cap. XVII, I e II). Portanto, os justos estarão seguros, porque em Cristo, Deus os escolheu e salvou para ser seu povo eleito e amado. Eles jamais se perderão!
Embora o salmista tenha começado este Salmo com a séria advertência para que os justos não seguissem o caminho dos apóstatas, contudo, ele sabia que os verdadeiros crentes seriam guardados pelo Senhor para a salvação porque pertencem a ele.
Aplicação: Meu querido irmão, não existe consolação maior que esta, a saber: que pertencemos a Cristo e, portanto, jamais nos perderemos. Essa é a nossa segurança (Ver a 1ª Pergunta e Resposta do Catecismo de Heidelberg). Por mais que a nossa fé enfraqueça e estremeça frente às adversidades que surgem em nossa peregrinação até o Céu, contudo, não ficaremos pelo caminho ( Ler a C.F.W cap. XVIII, IV). E a certeza para isso, é que o nosso Senhor Jesus cuidará para que cheguemos até o fim. Ele é aquele companheiro de viagem que acompanha o peregrino em sua peregrinação no Salmo 23.4: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam”.
Já os ímpios, não terão a mesma sorte. O SENHOR não os conhece (não escolheu para salvação), por isso, perecerão para sempre - “... mas o caminho dos ímpios perecerá”. (Ver Mt 7.22-23).
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO:
Concluo este sermão com a seguinte exortação:
1. Não se relacionem com ímpios. Eles não amam a Cristo e consequentemente não amarão vocês (Jo 15.18-19). Isso implica o não envolvimento amoroso entre um crente e um descrente... Moça... Como teu futuro esposo ímpio amará você como Cristo ama sua igreja considerando que este esposo não ama Cristo? Rapaz... Como tua futura esposa ímpia se submeterá a você no Senhor uma vez que a mesma não se submete a Cristo como seu Senhor? (ver Ef 5.22, 25). Não se relacionem com aqueles que não são conhecidos por Deus. Como se unir com quem se opõem a Deus e não ama sua lei?
2. Não receba qualquer ensinamento que seja contrário à palavra santa do nosso Senhor. Não sigam as vãs filosofias desse mundo com seu sistema de valores caído, não ouçam pregadores que não pregam o verdadeiro evangelho do Senhor Jesus Cristo; não se submetam a estes. Eles são pervertidos e querem perverter a fé de vocês...
3. Busque alimentar sua fé com a palavra de Deus. Desenvolva o abito de ler a Bíblia diariamente, acompanhado sempre com orações. (Ler a Pergunta e resposta 157 do CMW).
4. Seja grato a Deus pelo seu amor e misericórdia para com sua vida. Pois em Cristo, ele te escolheu, chamou eficazmente e o regenerou pelo seu Espírito Santo lhe dando a vida eterna.

Soli Deo Glória!


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